A orelha constricta é uma malformação congênita conhecida como “orelha amassada” devido à sua aparência enrolada ou dobrada. Dentro das categorias de orelhas constrictas, há diversas classificações, e cada tipo demandará um procedimento particular de correção. Neste artigo, vamos abordar os diferentes tratamentos para cada tipo de orelha constricta.
É possível corrigir orelha constrita sem cirurgia?
Em alguns casos menos graves, técnicas de modelagem ou moldagem podem corrigir as orelhas constritas, utilizando moldes para redirecionar o crescimento da cartilagem auricular. Entretanto, esse recurso precisa ser utilizado ainda no primeiro mês de vida do bebê, ou a cartilagem já não terá flexibilidade suficiente para responder a modelagem sem procedimento cirúrgico.
Você pode conferir esse tema em detalhes no vídeo a seguir:
Dependendo do grau da malformação ou após o primeiro mês de vida, a correção somente será possível pela cirurgia de otoplastia, uma opção comum para corrigir deformidades na orelha.
A cirurgia para cada tipo de orelha constricta
O procedimento cirúrgico a ser utilizado para correção da orelha constrita vai variar de acordo com o tipo da condição no paciente. Seguindo a classificação de Tanzer, a orelhas constritas se classificam em quatro tipos, cada qual com sua abordagem de tratamento:
Orelha constricta Tipo 1:
Neste tipo, a orelha geralmente mantém uma aparência normal, mas há uma leve concavidade na porção superior. Este é também chamado de tipo Lop Ear e é o mais simples de se corrigir. A cirurgia pode envolver técnicas de sutura para reposicionar a cartilagem auricular e corrigir a concavidade, geralmente feita através de incisões mínimas.
Orelha constricta Tipo 2A:
No tipo 2A, a concavidade auricular é mais acentuada, e a orelha pode apresentar um formato mais encurvado ou dobrado para dentro. A correção cirúrgica normalmente requer incisões e técnicas mais avançadas de sutura para remodelar e reposicionar a cartilagem, a fim de suavizar a concavidade e melhorar a aparência da orelha.
Nesse grau, a malformação não compromete a disponibilidade de pele na orelha necessária para executar a correção, não sendo necessária a utilização de retalhos.
Orelha constricta Tipo 2B:
Aqui, a concavidade auricular é mais proeminente do que no tipo 2A, e a orelha exibe um formato mais extremo de encurvamento ou dobra para dentro. A cirurgia para este tipo pode envolver técnicas mais complexas, como a escultura da cartilagem auricular para corrigir a deformidade, bem como o reposicionamento preciso para alcançar uma forma mais natural.
Nesse grau, o paciente já não apresenta pele suficiente na orelha para realizar a correção, sendo necessária a utilização de retalhos de pele, geralmente extraídos da região retroauricular do paciente (atrás da orelha).
Orelha constricta Tipo 3:
Neste tipo mais grave, também chamado de Cup Ear, a orelha está altamente dobrada ou enrolada, com uma concavidade significativa na estrutura auricular. A cirurgia para o tipo 3 geralmente é mais desafiadora, requerendo técnicas cirúrgicas de reconstrução e remodelagem extensas e complexas muito semelhantes ao tratamento da microtia.
Na correção das orelhas constritas tipo 3, o paciente necessita tanto de pele quanto de cartilagem, geralmente extraída da costela, pois as estruturas da orelha são altamente comprometidas.
Vale destacar que a abordagem cirúrgica para cada tipo de orelha constrita pode variar de acordo com a experiência e técnica do cirurgião, bem como as necessidades individuais do paciente. É fundamental consultar um cirurgião plástico especializado para determinar o melhor tratamento para cada caso específico.
Recuperação pós-cirúrgica
Após a cirurgia de correção da orelha constrita, é crucial seguir as instruções médicas para garantir uma recuperação adequada. Alguns pontos importantes incluem:
Curativos e proteção: Após a cirurgia, curativos ou bandagens são aplicados para proteger a área operada. É comum utilizar uma faixa para manter as orelhas no lugar e reduzir o inchaço.
Repouso e posicionamento: É recomendado evitar atividades extenuantes e posicionar-se de forma que minimize a pressão sobre as orelhas, muitas vezes dormindo com a cabeça elevada para reduzir o inchaço.
Medicação e acompanhamento: O médico prescreverá medicamentos para aliviar o desconforto e ajudar na cicatrização. Consultas de acompanhamento são essenciais para avaliar a recuperação e remover pontos, se necessário.
O tempo de recuperação após a cirurgia varia de acordo com as características individuais do paciente e com sua adesão aos cuidados e orientações pós-cirúrgicas, mas a maioria pode retornar às atividades normais após algumas semanas. O inchaço e a vermelhidão diminuem gradualmente, e a cicatrização completa pode levar vários meses.
Possíveis Complicações:
Infecção: Embora rara, a infecção pode ocorrer. Sinais como aumento da dor, vermelhidão excessiva ou secreção devem ser informados ao médico imediatamente.
Complicações raras: Assimetria ou Resultados Insatisfatórios: Em alguns casos, pode ocorrer assimetria residual ou resultados não ideais, exigindo possíveis revisões cirúrgicas.
Problemas de cicatrização: Complicações na cicatrização, como queloides ou cicatrizes hipertróficas, podem se desenvolver, mas são incomuns.
É essencial seguir rigorosamente as orientações médicas durante o período pós-operatório para minimizar o risco de complicações e garantir uma recuperação suave e eficaz. Qualquer preocupação ou sinal de complicações deve ser comunicado ao médico para avaliação e tratamento adequado.